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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Aprenda como ativar sua libido e ter uma vida sexual mais animada






Essa energia de alta voltagem erótica é reciclável e estimula experiências prazerosas.
 Descubra como avivá-la, use com gosto e não desperdice


A polivalência da libido começa no dicionário.
 Existem no AURÉLIO duas definições para essa palavra. 
Na primeira, é sinônimo de instinto e desejo sexual. 
Na segunda, predomina o conceito psicanalítico e o significado se amplia:
 libido é a energia motriz de todos os instintos de vida e da atividade criadora humana.
Embora a libido não se restrinja ao ato sexual, ela o inclui, 
pois ele está na lista dos instintos básicos de sobrevivência.
 Comer e beber nos mantém vivos. Agredir ou fugir são mecanismos primordiais de defesa. 
E sem sexo nossa espécie seria extinta. É verdade que somos animais libidinosos,
 mas com uma grande diferença em relação ao restante da fauna: a inteligência. Ao longo de nossa evolução, adquirimos a capacidade de relacionar sexo a afeto.
 É com base nos hábitos e valores que vamos escolhendo o que fazer com a energia libidinal:
 ler jornal, escalar uma montanha, descobrir uma nova vacina etc... ou praticar sexo.
 Por prazer, e não apenas para procriar.
Eros com leite
A SEXUALIDADE começa na infância: quem disse foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise. 
Buscamos prazer no próprio corpo desde os primeiros tempos de vida,
 quando a função sexual estava ainda ligada à sobrevivência.
 Mamar no peito da mãe, ser cuidado e tocado com carinho são as primeiras 
lições de amor que o bebê recebe - e essa vivência vai nos marcar para sempre,
 influenciando o nosso modo de amar.
E, se a princípio os prazeres físicos são vividos sem censura pelo bebê,
 em simbiose com o corpo materno, aos poucos a criança aprenderá a reprimir seus impulsos.
 Essa função repressora na verdade é desejável, pois nos ajuda na adaptação ao mundo.
 Na fase dos 6, 7 anos, por exemplo, a energia libidinal será desviada para o aprendizado.
 Só na adolescência essa pulsão vital encontrará outros caminhos 
- como o interesse pela masturbação e pelo sexo oposto.
Com sua teoria da libido, Freud acentuou a importância do erotismo na vida
. "Para ele, sexualidade é tudo o que está ligado à obtenção do prazer", define Suely Gevertz, da Sociedade Brasileira de Psicanálise, em São Paulo. Mas não há regras fixas.
 Contemplar um quadro pode ser prazeroso... para quem aprecia artes plásticas.
 E substituir sexo por compras pode até funcionar às vezes,
 mas quem anseia por um namorado não vai se contentar por muito tempo. 
"O prazer libidinal não se esgota na satisfação genital, apenas culmina com ela", explica Suely. 
Para a especialista, é possível separar sexo de afeto. Tudo depende do seu desejo. 
Se o objetivo for um encontro sexual, ok. 
Mas, se o que você quer é vínculo, um encontro fortuito não vai satisfazê-la.Combustível renovável
A LIBIDO tem limites. Cabe a cada um decidir como aplicá-la.
 "Se você se mantém ocupada o tempo todo, priorizando sempre outras atividades,
 ficará sem forças para o sexo", diz a psicóloga e terapeuta de casais Margareth dos Reis,
 do Instituto H. Ellis, em São Paulo. 
É um equívoco imaginar que o amor é suficiente para esquentar a cena sob os lençóis.
 "Manter a libido em alta depende de uma dinâmica apropriada.
 Para estimular a vontade de se tocar, de acariciar o outro e fazer sexo de modo não repetitivo ou mecânico, é preciso cultivar a fantasia e continuar pensando no par como objeto de desejo",
 aconselha a especialista. Essa é uma forma de reciclar a energia sexual.
 E as mulheres mais espertas já descobriram que as preliminares não começam na cama, 
mas bem antes. Solange Rocha Dias, 37 anos, casada há 15, 
preserva alguns rituais desde os tempos de namoro. 
Às vezes liga para o marido só para dizer algo carinhoso, 
outra hora é ela quem encontra um bilhetinho romântico em sua agenda. 
Adora sair com uma lingerie sexy - e deixa que ele a veja se vestindo.
 "O que me excita no meu marido não é só sexo. 
Se no caminho para o supermercado ele me leva para tomar café-da-manhã em um lugar especial,
 fico encantada, assim como gosto de vê-lo ajudando nosso filho com a lição. 
Presto atenção nos detalhes, sei que ele também me observa.
"O cuidado, a gentileza, olhar para o outro e se deixar olhar - aí está o gás da vida erótica. 
Esse combustível é reciclável e renovável. Cada casal pode descobrir o que funciona melhor. 
Só não vale desperdiçar ou interromper a produção de carinho achando que o prazer está garantido.
 Não está. Ele é fabricado todos os dias por quem sente prazer em fabricá-lo.
O gozo da liberdade
COMO LEMBRA o ginecologista Eliano Pellini, a mulher já passou por dois momentos
 importantes no caminho da liberação sexual.
O primeiro foi a descoberta da pílula anticoncepcional. 
O segundo veio com a entrada no mercado de trabalho - 
a independência econômica abriu caminho para escolher um parceiro sexual 
com base somente em critérios de satisfação afetiva e sexual. 
"Agora, talvez estejamos vivendo um momento de verdadeira revolução sexual,
 que consiste na busca feminina pelo prazer", afirma Eliano. 
Isenta da obrigação de procriar ou de se vincular a um homem
 para que ele a ampare materialmente, resta à mulher a tarefa de se apropriar da sua libido. 
Afinal, o que é mesmo que ela deseja? À medida que assume suas vontades 
(sem justificar suas decisões em nome do outro, seja do marido, seja da família etc), 
ela se torna mais livre. Porque isso pressupõe boa dose de autoconhecimento e 
autonomia emocional e sexual (e não apenas financeira). 
Dessa forma, a mulher se torna menos vulnerável à manipulação da opinião alheia.
 Sempre que isso acontece, fica mais fácil perceber o que aumenta ou
 diminui o seu tesão e o seu apetite pela vida - e esse critério é útil para tomar decisões.
Cérebro excitável
PODEMOS DIZER que o cérebro é um órgão sexual por excelência - 
é ele que nos permite experimentar o prazer. Os neurotransmissores noradrenalina,
 dopamina e serotonina participam ativamente desse processo, 
que tem a ver não só com a excitação erótica mas também com bem-estar. 
A serotonina, por exemplo, ajuda a regular o sono, o apetite, as funções cognitivas,
 o humor e a produção de hormônios sexuais. 
Mas a saúde depende do equilíbrio dessas substâncias - 
excesso de serotonina diminui a libido.
Os hormônios também são decisivos. 
A testosterona, um hormônio masculino, está presente em homens e mulheres
, mas, neles, em quantidade maior. 
Ela estimula o desejo sexual. Nas mulheres, predomina o estrógeno. 
Sua produção tem início na puberdade e decresce a partir da menopausa
 - o que tende a diminuir a lubrificação vaginal e alterar o humor. 
Outros hormônios, como oxitocina e vasopressina, estão relacionados
 à capacidade de estabelecer vínculos.
 Em seu livro EM BUSCA DE SPINOZA 
- NEUROBIOLOGIA DA EMOÇÃO E DOS SENTIMENTOS (Ed. Crítica), 
o neurocientista português Antonio Damásio cita uma experiência com ratos.
 Nas fêmeas foi suprimida a oxitocina e nos machos a vasopressina.
 Resultado: os laços entre os casais se afrouxaram e ambos deixaram de ser fiéis.
É bom lembrar, porém, que não somos ratos. 
"A química cerebral é fascinante, mas não é suficiente para explicar 
o comportamento sexual das pessoas", afirma o ginecologista Eliano Pellini, 
chefe do setor de saúde e medicina sexual da Faculdade de Medicina do ABC. 
Ele observa que o sexo é um fenômeno biopsicossocial e sofre inúmeras influências. 
O que faz uma pessoa se sentir sexualmente atraída por outra?
 Mesmo que seja possível elencar alguns itens socialmente valorizados 
(como beleza, inteligência, nível cultural etc.), sempre restará algum ponto enigmático. 
O que torna as coisas ainda mais excitantes.
Amores sustentáveis
SEXO é circulação energética, afirmava o pioneiro da terapia corporal, Wilhelm Reich. 
Ele achava que as pessoas têm dificuldade de vivenciar plenamente uma 
sexualidade madura quando estão aprisionadas em couraças
 - nome que deu às defesas psicológicas que se materializam no corpo e
 fazem a energia estagnar em algum ponto. 
"No século 21, a repressão não está na ausência de sexo, mas na falta de maturidade,
 na auto-sabotagem e no medo do vínculo," defende a terapeuta
 corporal Maria Lúcia Teixeira da Silva, 
analista reichiana pela Sociedade de Vegetoterapia de São Paulo.
 Para a especialista, a saída para ter relações menos superficiais e mais 
sustentáveis é resgatar laços que são importantes, 
aprender a lidar com a frustração e enfrentar a realidade.
 O caminho para conseguir tudo, ela acredita, passa pelo corpo. 
"As pessoas estão às voltas com a imagem, com modelos corporais ideais,
 mas sentem-se vazias.
 Por isso, há uma tendência à depressão e às doenças da ansiedade, como o pânico. 
Se pararmos de lidar com nosso corpo como se fosse um personagem 
e pudermos assumi-lo plenamente, 
abriremos as portas para usufruir de uma sexualidade mais madura.
" Assim, o sexo deixa de ser apenas um esbarrão e uma fuga 
e poderá ser um encontro em que existe intimidade, entrega e uma intensa troca energética com o outro.

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